"E João Romão, acendendo a ponta do charuto, encheu o peito de fumo, soltou-o
pouco a pouco pelas narinas, e, espiando a taverna, mediu toda a extensão da sua obra, desde o
princípio até aquele momento, e achou-a boa."
Esse trecho revela o caráter do protagonista: ele tem prazer em observar sua
criação ("mediu toda a extensão da sua obra") e se sente satisfeito ("achou-a boa"). Isso indica sua
obsessão pelo lucro e sua falta de escrúpulos em relação às condições dos trabalhadores.
"Via-se agora proprietário de uma vasta estalagem com mais de cem hóspedes, todos
operários, todos bebendo-lhe a pinga, todos comendo-lhe a sardinha e o bacalhau."
Aqui, há uma clara crítica à exploração da classe trabalhadora. João Romão lucra
sobre os operários, que moram na estalagem em condições precárias e consomem os produtos que ele
vende, reforçando a relação de dominação econômica e social.
"Era um moço forte, rijo, de olhos faiscantes e feições expressivas, onde havia qualquer coisa de brutal
e de violento.
O uso das palavras "brutal" e "violento" reforça traços da personalidade do personagem, sugerindo que ele tem uma natureza agressiva e impulsiva. Isso mostra uma tendência à brutalidade, que pode ser um reflexo tanto de seu caráter quanto do meio em que vive.
"Seus modos eram ásperos e bruscos, como se a natureza o tivesse feito antes para animal
feroz do que para homem."
Aqui, a comparação com um "animal feroz" sugere que ele é dominado por instintos primitivos, aproximando a análise psicológica ao determinismo naturalista, que associa o comportamento humano às influências biológicas e sociais.